ATA DA SEPTUAGÉSIMA QUINTA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEXTA LEGISLATURA, EM 21-8-2013.
Aos vinte e um dias do mês
de agosto do ano de dois mil e treze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do
Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e
quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores
Bernardino Vendruscolo, Clàudio Janta, Dr. Thiago, Engº Comassetto, Fernanda
Melchionna, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel, Lourdes Sprenger, Paulinho
Motorista, Pedro Ruas, Professor Garcia e Sofia Cavedon. Constatada a
existência de quórum, o senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda,
durante a Sessão, compareceram os vereadores Alberto Kopittke, Alceu Brasinha,
Any Ortiz, Cassio Trogildo, Delegado Cleiton, Elizandro Sabino, Jussara Cony,
Marcelo Sgarbossa, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Mario Manfro, Mauro Pinheiro,
Mônica Leal, Nereu D'Avila, Paulo Brum, Reginaldo Pujol, Séfora Mota, Tarciso
Flecha Negra, Valter Nagelstein e Waldir Canal. À MESA, foram encaminhados: o
Projeto de Lei do Legislativo nº 265/13 (Processo nº 2298/13), de autoria do
vereador Marcelo Sgarbossa; e o Projeto de Resolução nº 024/13 (Processo nº
2294/13), de autoria da vereadora Sofia Cavedon. Após, foi apregoado o Ofício
nº 1006/13, do senhor Prefeito, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo nº
026/13 (Processo nº 2426/13). Também, foram apregoados Requerimentos de autoria
do vereador Guilherme Socias Villela e da vereadora Luiza Neves, solicitando
Licença para Tratamento de Saúde, respectivamente do dia de hoje ao dia
primeiro de setembro do corrente e nos dias de hoje e amanhã. Do EXPEDIENTE,
constaram Ofícios do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde, emitidos
nos dias dois e oito de agosto do corrente. Às quatorze horas e vinte e quatro
minutos, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em
Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 164/12 (Processo nº
1960/12), por dezenove votos SIM, oito votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser
encaminhado à votação pelos vereadores Reginaldo Pujol, Clàudio Janta,
Professor Garcia, Engº Comassetto, Tarciso Flecha Negra, Elizandro Sabino,
Jussara Cony e Alberto Kopittke, em votação nominal solicitada pelo vereador
Idenir Cecchim, tendo votado Sim os vereadores Alberto Kopittke, Any Ortiz,
Bernardino Vendruscolo, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, este com Declaração de
Voto, Engº Comassetto, Fernanda Melchionna, Jussara Cony, Marcelo Sgarbossa,
Mario Fraga, Mauro Pinheiro, Nereu D'Avila, Paulinho Motorista, Paulo Brum,
Pedro Ruas, Séfora Mota, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra e Valter
Nagelstein, votado Não os vereadores Alceu Brasinha, Cassio Trogildo, Elizandro
Sabino, João Carlos Nedel, Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Professor Garcia,
este com Declaração de Voto, e Reginaldo Pujol e optado pela Abstenção a
vereadora Lourdes Sprenger. A seguir, foi aprovado Requerimento verbal
formulado pelo vereador Professor Garcia, solicitando alteração na ordem de
votação da matéria constante na Ordem do Dia. Ainda, foi aprovado Requerimento
verbal formulado pelo vereador Mario Fraga, solicitando a retirada do Projeto
de Resolução nº 011/13 (Processo nº 1376/13) da matéria priorizada para a Ordem
do Dia da presente Sessão. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi aprovado o
Projeto de Lei do Legislativo nº 093/13 (Processo nº 1103/13), por vinte e sete
votos SIM, tendo votado os vereadores Alberto Kopittke, Any Ortiz, Bernardino
Vendruscolo, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Dr. Thiago, Engº Comassetto,
Idenir Cecchim, João Carlos Nedel, Jussara Cony, Lourdes Sprenger, Marcelo
Sgarbossa, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Mônica
Leal, Nereu D'Avila, Paulinho Motorista, Paulo Brum, Pedro Ruas, Professor Garcia,
Reginaldo Pujol, Séfora Mota, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra e Valter
Nagelstein. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi aprovado o Projeto de Lei
do Legislativo nº 193/12 (Processo nº 2602/12), por vinte e nove votos SIM,
tendo votado os vereadores Alberto Kopittke, Any Ortiz, Bernardino Vendruscolo,
Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Dr. Thiago, Elizandro Sabino, Engº Comassetto,
Fernanda Melchionna, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel, Jussara Cony, Lourdes
Sprenger, Marcelo Sgarbossa, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Mario Manfro, Mauro
Pinheiro, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Paulinho Motorista, Paulo Brum, Pedro
Ruas, Professor Garcia, Reginaldo Pujol, Séfora Mota, Sofia Cavedon, Tarciso
Flecha Negra e Valter Nagelstein. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o
Projeto de Resolução nº 005/13 (Processo nº 0974/13), por treze votos SIM e dez
votos NÃO, após ser discutido pelos vereadores Mauro Pinheiro, Pedro Ruas,
Valter Nagelstein e Márcio Bins Ely, em votação nominal solicitada pelo
vereador Pedro Ruas, tendo votado Sim os vereadores Elizandro Sabino, Idenir
Cecchim, João Carlos Nedel, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Mario Manfro, Mônica
Leal, Nereu D'Avila, Paulinho Motorista, Paulo Brum, Reginaldo Pujol, Valter
Nagelstein e Waldir Canal e Não os vereadores Alberto Kopittke, Clàudio Janta,
este com Declaração de Voto, Fernanda Melchionna, Jussara Cony, Lourdes
Sprenger, Marcelo Sgarbossa, Mauro Pinheiro, Pedro Ruas, Séfora Mota e Sofia
Cavedon.
Durante a apreciação do Projeto de Resolução nº 005/13, a vereadora Fernanda
Melchionna cedeu seu tempo de discussão ao vereador Pedro Ruas. Em Discussão Geral e Votação, esteve o
Projeto de Lei do Executivo nº 027/12 (Processo nº 1151/12), o qual, após ser
discutido pelos vereadores Pedro Ruas, Mauro Pinheiro e Valter Nagelstein, teve
suspensa sua discussão, em face do encerramento dos trabalhos da presente
Sessão. Na oportunidade, em Votação, esteve Requerimento de autoria do vereador
Clàudio Janta, solicitando o adiamento da discussão do Projeto de Lei do
Executivo nº 027/12 por três Sessões, o qual, após ser encaminhado à votação
pelos vereadores Fernanda Melchionna, Engº Comassetto, Valter Nagelstein,
Reginaldo Pujol, Engº Comassetto e Jussara Cony, teve suspensa sua votação, em
face do encerramento dos trabalhos da presente Sessão. Também, o vereador Engº
Comassetto solicitou verificação de quórum. Durante a Sessão, os vereadores
Professor Garcia, Engº Comassetto, Delegado Cleiton, Paulinho Motorista e Pedro
Ruas e a vereadora Fernanda Melchionna manifestaram-se acerca de assuntos diversos.
Ainda, foram registradas as presenças, neste Plenário, do vereador Dilamar
Soares, da Câmara Municipal de Gravataí – RS –, do senhor Licurgo Teixeira
Neto, Secretário-Geral da Federação Rio-Grandense de Pugilismo e Diretor da
Federação Gaúcha de Full Contact, e do
senhor Wilson Santos, ex-vereador deste Legislativo. Às dezesseis horas e
trinta e sete minutos, o senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, nos
termos do inciso II do artigo 144 do Regimento, convocando os senhores
vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos
vereadores Dr. Thiago, Bernardino Vendruscolo e João Carlos Nedel e secretariados
pelo vereador João Carlos Nedel. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após
distribuída e aprovada, será assinada pelos senhores 1º Secretário e Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Bernardino
Vendruscolo): Quero
registrar a presença do Ver. Dilamar Soares, da cidade de Gravataí. Seja
bem-vindo, Vereador.
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo
– às 14h24min.): Havendo
quórum, passamos à
ORDEM DO DIA
(O
Ver. Dr. Thiago assume a presidência dos trabalhos.)
VOTAÇÃO
(encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 1960/12 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO
Nº 164/12, de autoria da Verª Sofia Cavedon, que
altera a ementa e o art. 1º da Lei nº 10.833, de 11 de fevereiro de 2010,
estendendo às áreas de lazer das escolas do Município de Porto Alegre a
instalação de, no mínimo, 1 (um) equipamento para lazer e recreação infantil
adaptado a crianças com deficiência física ou mental.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Elizandro Sabino: pela existência de óbice de
natureza jurídica para a tramitação do Projeto;
-
da CEFOR. Relator Ver. João Carlos Nedel: pela rejeição do Projeto;
-
da CUTHAB. Relator Ver. Engº Comassetto: pela aprovação do Projeto;
-
da CECE. Relator Ver. João Derly: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- incluído na Ordem do Dia em 14-08-13 por força do
art. 81 da LOM;
- encaminharam a matéria os Vereadores Sofia
Cavedon, Elizandro Sabino, Fernanda Melchionna e João Carlos Nedel;
- adiada a votação por uma Sessão em 19-08-13.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Em votação o PLL nº 164/12. (Pausa.) O
Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº
164/12.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, quero deixar muito claro que a posição que estou assumindo na
tribuna não é uma posição de Governo. O Governo não deu orientação sobre esse
particular; há pessoas com os seus próprios convencimentos. Eu, pessoalmente,
acabei de dizer à colega proponente deste Projeto, que votarei contra o mesmo,
porque entendo – e esta é minha posição –, acompanhando, inclusive, o Ver.
Elizandro Sabino, que já na Comissão de Constituição e Justiça sustentou a
existência de óbice jurídico para a tramitação desta matéria, acompanhando o
Ver. João Carlos Nedel que, na Comissão de Finanças e Orçamento, declarou e
opinou pela rejeição do Projeto. Com essas duas sustentações e com a minha
opinião, me manifesto pela rejeição do Projeto, na medida em que nós estaríamos
aprovando essa pretensão, não só invadindo a área de competência do Governo do
Município, como também extrapolando em nossa competência, porque pretende a
autora que isso vigore, inclusive para as escolas estaduais.
Ademais,
Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, o que é pretendido no
Projeto são programas que o Governo já vem executando – e muito bem –, não vejo
por que nós termos que estabelecer lei para que o Governo realize aquilo que
ele já vem fazendo. Até mesmo se nós considerarmos que ao assim agirmos, nós
estaremos eivando de ilegalidade um projeto que naturalmente vem sendo
desenvolvido e atingindo plenamente os seus resultados.
Não
pode, Sr. Presidente, esta Casa ou qualquer órgão legislativo, conscientemente
querer se valer de propostas extralegais para tentar alcançar qualquer
objetivo. Eu sei que a Ver.ª Sofia gostaria de ter o protagonismo muito forte
nessa área da Educação, na qual há mais tempo vem trabalhando, mas nem isso
altera a minha posição.
Vou,
pelas razões que já expus, e que transparentemente estou colocando, votar
contrariamente a essa proposição e, como integrante da Casa, não como Líder do
Governo, conclamo meus colegas para que reflitam, para que atentem para o
Parecer do Ver. Elizandro Sabino, para que observem o Parecer do Ver. João
Carlos Nedel, e que nos acompanhem nessa posição.
Não
vamos macular o que já vem sendo feito, e bem feito. Claro que um projeto dessa
ordem, que invade a competência do Prefeito Municipal, se, por acaso, viesse a
ser aprovado por esta Casa, iria provocar mais um veto para nos ocuparmos no
futuro. Obrigado pela atenção. É a minha colocação pessoal.
(Não
revisado pelo orador.)
(O
Ver. João Carlos Nedel assume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Nos dão a satisfação de suas presenças:
o Sr. Licurgo Teixeira Neto, Secretário-Geral da Federação Rio-Grandense de
Pugilismo e Diretor da Federação Gaúcha de Full
Contact, e sua filha Manuela. Sejam bem-vindos.
O
Ver. Clàudio Janta está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº
164/12.
O SR. CLÀUDIO JANTA: Sr. Presidente, Ver. João Carlos Nedel;
Vereadores, Vereadoras, público que nos assiste pela TVCâmara, eu queria saudar
aqui o meu amigo e companheiro Dilamar, Vereador de Gravataí, que nos visita
nesta tarde, Conselheiro Tutelar por duas vezes lá na cidade de Gravataí e hoje
cumprindo o seu primeiro mandato como Vereador.
Eu
queria falar, até alertado pelo Dilamar, sobre a importância de nós termos
esses equipamentos de lazer e de recreação infantil. E isso quem me alertou,
também, quando viu a nossa discussão na segunda-feira, foi o meu filho. Hoje já
está na faculdade, mas disse que, quando estudava, via a dificuldade que
colegas dele, na escola, portadores de necessidades especiais, na hora do
recreio, na hora das atividades, tinham para exercer esse direito de brincar,
de praticar esportes. Eu acho que, se nós apegarmos a tudo o que diz a lei, não
vamos poder fazer lei nenhuma aqui nesta Casa. Se a lei diz que nós não podemos
fazer lei, partimos do pressuposto que é o momento de fechar este Parlamento,
porque não precisamos ter este Parlamento para dar nomes às ruas e fazer
homenagens. Homenagens a gente faz quando bota nome em rua, então não são
necessárias tantas homenagens se este Parlamento não pode reformular leis, se
não pode dar dignidade às crianças. Nós estamos falando aqui de crianças,
estamos falando do futuro desta Cidade, de crianças especiais terem acesso ao
lazer.
O
projeto da Ver.ª Sofia é bem claro: é um equipamento de lazer. Gente, pelo amor
de Deus! Se nós não tivermos condições de botar um equipamento de lazer numa
escola no nosso Município, se não tivermos a capacidade de pegar, em contrapartida
com grandes empreendimentos que saem na nossa Cidade, em contrapartida com
empresas que têm débitos com o Município, em contrapartida com empresas que
fazem um monte de coisas ilegais e têm multa com o Município... E nós podemos
até, Ver.ª Lourdes e Delegado Cleiton, dar este encaminhamento – Vereadores
Séfora Mota, Fernanda Melchionna, Engº Comassetto, Elizandro Sabino – na CPI da
Telefonia, para que essas multas que estão no Município e não são pagas, que
elas sejam convertidas, iniciando por esses equipamentos nas escolas. Como
vamos proibir uma criança portadora de deficiência visual de brincar?
Ontem ainda, nas redes sociais, se viu a notícia de que um portador de deficiência visual quebrou um recorde em corrida. Que coisa emocionante! Como as crianças de Porto Alegre e das nossas escolas vão ter essa oportunidade uma vez na vida, se nós não vamos disponibilizar nem uma bola com um chocalho dentro, que é essa bola que um portador de deficiência visual usa, Ver. Tarciso, não é isso? Por que uma criança cadeirante ou que usa muletas não têm o direito de brincar como os nossos filhos tiveram? Por que não? Melhor ainda: eu proponho que peguem os CCs da Ver.ª Lourdes, os CCs da Ver.ª Séfora, e o meu CC, que eu descobri que tinha no CAR – que não era do Partido, era meu, e ficou meu, e hoje está no meu gabinete –, que peguem essa verba dos nossos CCs e comprem os equipamentos e deem para as escolas, porque foi a única redução de CCs que vimos até agora no Governo. Então, acho que temos que diminuir Secretarias, diminuir CCs, para começar a dar dinheiro, para dar equipamento para as crianças – crianças, volto a afirmar aqui. Espero que os nobres Vereadores e o povo que está nos assistindo em casa ouçam muito bem isso; são crianças! Crianças portadoras de deficiência, crianças que querem o direito de brincar, crianças que querem o direito de ter uma vida digna no seu horário de intervalo, no seu horário de folga, no horário em que seus colegas de escola estão brincando livremente porque têm duas pernas, dois braços, enxergam e escutam. É isso que essas crianças pedem, e por causa delas a Ver.ª Sofia apresenta este projeto. Acho que o papel desta Casa é discutir leis, é reformular leis, e não devemos nos furtar de ajudar, atrás de artigos, disso e daquilo, dizendo que nós não podemos fazer isso. Nós podemos fazer a discussão de todos os temas, porque fomos conduzidos até aqui pelo povo para fazer isso. Com força e fé vamos seguir lutando para melhorar a vida do povo brasileiro. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Professor Garcia está com a
palavra para encaminhar a votação do PLL nº 164/12.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Ver. Nedel, Sras. Vereadoras, Srs.
Vereadores, público que nos assiste, o projeto da Ver.ª Sofia Cavedon é
altamente meritório – quanto à questão do mérito ninguém o contesta.
Nós
também tivemos a oportunidade de ouvir atentamente a fala do Ver. Reginaldo
Pujol, nosso Vice-Líder e hoje exercendo a Liderança do Governo, que informa
que a Secretária de Educação está implantando isso. E há situações em que tu
fazes a lei e não há condição de implantar tudo de uma vez só; é um processo
gradativo, e isso está sendo assumido aqui. Eu quero dizer, Ver.ª Sofia, que,
se daqui a um ano não sair nada, eu sou seu parceiro, mas, ao mesmo tempo, eu
tenho que ter o zelo para uma outra forma. Vi que V. Exa. balançou a cabeça,
lastimando, talvez, mas nós temos que ter também essa responsabilidade. No
mérito, ninguém contesta, é necessário, e o Governo Municipal está fazendo. É
necessário, é urgente? Não. O necessário é em todas, o urgente ele está fazendo aos poucos.
Agora,
este é um grande tema, é um tema latente, ainda mais nesta semana, que é a
Semana da Pessoa com Deficiência, e aqui nós temos o nosso maior representante,
o Ver. Paulo Brum, pessoa atuante, propositiva em vários projetos, e é um
Vereador – ele vai colocar – que sabe da importância do mérito. Não sei qual é
a posição, mas a minha preocupação é que colocar uma lei para todas as escolas,
hoje o Município não tem condições; agora, o Município, sim, está implantando,
principalmente naquelas escolas onde há um número maior de alunos com
deficiência. Coloco dessa forma, porque ninguém poderia ser contra a questão do
mérito, mas nós temos que ver também a viabilidade disso. Hoje, cada vez mais,
se fala em dívida, capacidade de endividamento, de débito, e o Prefeito quer
diminuir os gastos públicos. Também temos que ter responsabilidade com isso.
Por
isso, volto a dizer, no mérito concordamos, mas vai ter que esperar um pouco
mais. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Engº Comassetto está com a palavra
para encaminhar a votação do PLL nº 164/12.
O SR. ENGº COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. João Carlos Nedel;
meus colegas Vereadores e Vereadoras, prezado público que nos assiste, a Cidade
toda, o Estado todo e o País todo estão debatendo, neste momento, a Semana da
Pessoa com Deficiência. Nós temos construído políticas que possam incidir sobre
toda a sociedade nessa luta por que passam as famílias que têm uma pessoa com
deficiência. Existem milhares de razões ou doenças que levam as pessoas a
portarem uma ou outra deficiência. Aqui mesmo nós temos o colega Brum, que é
cadeirante. Se esta Casa não tivesse acessibilidade mínima para que ele pudesse
se locomover, o Vereador, assim como o Ver. João Antonio Dib – e eu lhe mando
um abraço em nome de toda a Câmara, porque ele é um assistente assíduo da
TVCâmara, e sentimos muitas saudades dele, principalmente nos debates aqui,
sinceros, consistentes –, que também é cadeirante e nos ouve... Se nós não
tivermos, além de políticas públicas, prezado Paulo Brum, ações concretas, as
nossas políticas não chegam à população que precisa. Nós trabalhamos aqui,
nesta Casa, enquanto o Secretário Brum era Secretário da Acessibilidade, e
construímos o primeiro Plano Diretor de Acessibilidade do Brasil, porque é a
primeira Capital que constrói.
Muito
bem, fizemos a nossa parte, Ver. Cecchim; agora precisa de outra ação. Qual é a
outra ação? É tornar esse Plano Diretor real. Eu já mando aqui um recado para a
EPTC, Ver.ª Sofia. Eu assisti a uma cena na Av. Juca Batista, prezado Ver.
Tarciso, na entrada da Ponta Grossa, onde fizeram as paradas de ônibus novas,
de um ônibus que parou na parada e desceu um cadeirante com o elevador do
ônibus, tudo bonitinho. O cadeirante ficou em cima da parada de ônibus e foi
descer, meus prezados assistentes da imprensa aqui, e tinha, de um lado, meio
metro; do outro lado, meio metro; atrás, meio metro, e, na frente, meio metro.
A parada de ônibus construída pela EPTC, um benefício para a população de Porto
Alegre, criou uma ilha física para aquele cadeirante. Ele teve que nos pedir
ajuda para descer dali, prezado Ver. Paulinho Motorista – o senhor, que deve
ter ajudado milhares de cadeirantes, pessoas com deficiência, no transporte
público. Então, em uma situação como essa, não basta fazer mais do mais, temos
que fazer mais e melhor.
E
a legislação já determina que todas as crianças portadoras de deficiência têm
que ter acesso à educação. Se elas têm acesso à educação, Ver.ª Séfora Mota, é
óbvio que, nas escolas, tem que haver os equipamentos para que elas possam ser
incluídos na política escolar. E o que a Ver.ª Sofia propõe é uma emenda a uma
lei já existente, inclusive com uma contribuição do Ver. Waldir Canal, que já
fez uma emenda à lei municipal, dizendo que esses equipamentos têm que estar
nas praças públicas. E a Ver.ª Sofia faz uma emenda, na mesma condição da
legalidade, dizendo que as praças das escolas de Porto Alegre também têm que
ter equipamentos de brinquedos que deem acessibilidade. E a Ver.ª Sofia não
está propondo para as escolas municipais, Ver. Professor Garcia, como o senhor
disse em sua fala, a Ver.ª Sofia está propondo para todas as escolas no
Município de Porto Alegre: as estaduais, as federais, as municipais, e também
as particulares.
Então,
é uma política pública para o Município de Porto Alegre. É o mínimo que esta
Câmara pode prestar de serviços na Semana da Pessoa com Deficiência. Um grande
abraço e muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Tarciso Fecha Negra está com a
palavra para encaminhar a votação do PLL nº 164/12.
O SR. TARCISO FECHA NEGRA: Boa-tarde, Sr. Presidente, Vereadores,
Vereadoras e todos que nos assistem aqui. Eu não poderia deixar de vir aqui, de
jeito nenhum, porque a minha bandeira é a criança, a Educação, o lazer, o
esporte. Tudo isso faz parte da minha bandeira. Em nome da Bancada do PSD, do
meu amigo Bernardino Vendruscolo – e ali eu vejo, nas cadeiras, o Tessaro,
nosso Presidente do Diretório Municipal. Ver.ª Sofia Cavedon, parabéns! Eu tive
o cuidado aqui, Sofia Cavedon, de ver a Lei nº 10.833, de 11 de fevereiro de
2010, que determina a instalação de equipamentos adaptados à criança com
deficiência nas áreas públicas destinadas ao lazer e à recreação no Município
de Porto Alegre. A intenção é que esses equipamentos sejam instalados também
nas áreas de lazer das escolas, garantindo o direito de brincar a todas as
crianças.
Nós
estamos falando aqui em crianças com deficiência. Nós temos visitado tantas
escolas, a nossa Comissão tem ido a muitas escolas municipais, estaduais
também, não é, Sofia Cavedon, nossa Presidente da Comissão? Eu estou vendo uma
foto, a Sofia Cavedon está me mostrando uma foto aqui, dessa criança fazendo o
seu balanço na cadeira de rodas. (Mostra fotografia.) Que lindo, o direito de
brincar dessas crianças! Olha, se uma foto como esta não sensibilizar, eu não
sei o que vai nos sensibilizar. Gente, por isso eu vim aqui. Eu acho, Clàudio
Janta, que é um absurdo termos que dar murro, gritar, espernear para que essas
crianças tenham lazer. É uma pena, é lamentável! Como dizia o nosso querido
amigo Haroldo de Souza: “É lamentável!” É tão pouco! Eu vejo aqui na lei da
Ver.ª Sofia: “no mínimo, um aparelho”! Secretário, tenhamos um olhar mais
profundo; essas crianças precisam muito desse carinho, desse olhar profundo de
todos nós para que elas também, como cidadãs, como crianças, tenham o direito
ao lazer, assim como todas as crianças têm. Eu estarei atento, e, Ver.ª Sofia,
conte com esta Bancada, com estes dois Vereadores, Tarciso e Bernardino; terás
o nosso apoio, e estaremos juntos, Sofia, brigando para que as escolas e as
praças tenham dignamente brinquedos para essas crianças maravilhosas do nosso
País, principalmente as crianças com deficiência, que precisam muito de nós.
Obrigado, Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Obrigado, Ver. Tarciso Flecha Negra. O
Ver. Elizandro Sabino está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº
164/12, pelo Governo.
O SR. ELIZANDRO SABINO: Sr. Presidente, Ver. João Carlos Nedel,
retorno a esta tribuna para discutir este Projeto – agradeço ao Ver. Pujol por
ser pelo Governo –, em que pese ser meritório, isso já foi aqui amplamente
destacado; em que pese o interesse, a intenção, o objetivo, o alvo deste
Projeto ser meritório, a questão da legalidade, a questão da legislação,
efetivamente ultrapassou as possibilidades de aprovação por esta Casa. E isso
está consignado na folha 6 do Parecer Prévio desta Casa, quando diz que o
Projeto de Lei consubstancia a imposição de obrigações ao Poder Executivo, daí
decorrendo violação ao princípio da independência dos Poderes. Portanto, nós
queremos destacar aqui essa questão, em que pese ser meritório. É importante
dizer que estamos na Semana da Pessoa com Deficiência, uma semana alusiva;
temos feito amplos debates a respeito desse tema que comove a todos nós, que emociona
a todos nós, isso é indiscutível. Nós estamos empenhados nessa função, nessa
tarefa, estamos irmanados nesse sentimento, nesta semana. Inclusive o nosso
colega de Bancada, o Ver. Paulo Brum, é um preconizador no que diz respeito a
esse tema tão importante.
O
Ver. Comassetto falou aqui em portadores de deficiência, e eu quero apenas
fazer uma correção, Vereador: são pessoas “com deficiência”, porque deficiência
não se porta, deficiência se adquire, deficiência se tem – ou se tem de
nascença ou se adquire no decorrer do tempo. Portanto, essa expressão é
superada. E a sensibilidade do Governo, Ver. Pujol, já é demonstrada há algum
tempo, quando o Governo se apercebeu e tem, de forma efetiva, implantado,
colocado, nas mais diversas escolas infantis, os equipamentos de recreação e
lazer adaptados para crianças com deficiência física.
Também
é oportuno referir, colegas Vereadores, que a CCJ concluiu pela existência de
óbice – na folha 12 desse Processo, isso está consignado –, ela concluiu pela
existência de óbice, e isso pela violação da independência dos Poderes. E o
Ver. João Carlos Nedel, de forma muito acertada, pela CEFOR, na
Vice-Presidência e Relatoria, traz a discussão da matéria e vai além. O Ver.
João Carlos Nedel, experiente e prudente nesta Casa, fez o contato com a
Secretaria, falou com a Secretária, que informou que aquela pasta já está
instalando equipamentos adaptados em escolas municipais. Portanto, reitero essa
manifestação que está consignada na folha 14 do PLL nº 164/12, destacando, então,
que nós entendemos pela existência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação desse Projeto, razão pela qual nós estaremos, evidentemente, em que
pese ser meritório, votando contra. Obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra
para encaminhar a votação do PLL nº 164/12.
A SRA. JUSSARA
CONY:
Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, de uma forma muito
particular, Ver.ª Sofia, eu quero relembrar esta semana apenas, ao defender o
projeto de sua autoria. Anteontem, na segunda-feira, na Sessão desta Casa, o
Ver. Paulo Brum, nosso Presidente da Comissão de Saúde e Meio Ambiente, fez uma
homenagem muito linda, muito emocionante às entidades que aqui compareceram,
relativa à Semana dos Deficientes de Porto Alegre. E trouxe aqui o Ver. Paulo
Brum legislações importantes que fez como Vereador. Como Deputada, tive a honra
de ser colega do Vereador, e algumas legislações, ele me lembra que, na Câmara,
a gente ajudou a aprovar, inclusive com pareceres da Comissão de Saúde e Meio
Ambiente, onde atuávamos.
Todos, nesta Casa, Ver.ª Sofia – todos, sem
exceção! –, deram apartes, fizeram cumprimentos e se colocaram à disposição
para ações que cada vez mais viabilizassem a dignidade de pessoas com
deficiência; isso foi anteontem.
Ontem, na Comissão de Saúde e Meio Ambiente,
presidida pelo Ver. Paulo Brum, onde tenho a honra de ser Vice-Presidente,
recebemos entidades que buscam, na ótica dos problemas de transtorno mental,
dignidade para os familiares ao discutir uma legislação que o Executivo vai
mandar para esta Casa, e que precisa aperfeiçoar – e a Comissão de Saúde está
sendo um espaço importante para isso – a matéria sobre as moradias protegidas,
que hoje ainda são apenas privadas. Lá nós dizíamos que há um Decreto, uma
regulamentação do Ministério da Saúde que apenas, até este momento, Ver.ª
Sofia, absorveu aqueles oriundos da reforma psiquiátrica. Podemos dar como
exemplo o nosso Hospital São Pedro, mas há muito mais do que isso, não é? E nós
precisamos, na minha opinião, ter espaços públicos que, inclusive, regulamentem
para todos; não somos contra uma parceria público-privada, mas tem que ser
regulamentado.
Pois eu digo isso, Ver.ª Sofia Cavedon, porque o
projeto de V. Exa., para mim, vai além do sagrado direito de conviver, do
sagrado direito de brincar; ele é o conviver, ele é o brincar. Nas escolas, ele
vai preparar futuras gerações para não discriminar, para conviver com os
diferentes, entendendo que os diferentes têm capacidades e, sob determinados
aspectos, aguçam outras capacidades, outros sentidos e querem interagir com a
sociedade. Se lá na escola nós não temos capacidade de ter uma política pública
que garanta que possamos dar, Ver. Alberto Kopittke, esse salto, que eu
chamaria de humanização na convivência dos diferentes – que não são inferiores,
são apenas diferentes –, eu creio, senhores e senhoras, que não adianta, em
Sessões de homenagens, nós virmos a esta tribuna e dizermos que estamos a
favor, que queremos as políticas públicas. Às vezes, Ver.ª Sofia, temos que
dizer daqui desta tribuna, e, ao defender o seu projeto, eu digo: esta Câmara
Municipal tem que ousar! Esta Câmara Municipal tem que inovar! Esta Câmara
Municipal tem independência de Poderes. Esta é a visão republicana deste País,
esta é a visão da democracia! Nós temos independência de Poderes, e essa é uma
política pública que a Câmara Municipal não pode se furtar ao direito, em seu
todo ou em maioria, de aprovar, no sentido de que não podemos negar a Porto
Alegre e aos seus diferentes a capacidade do lúdico, a capacidade da interação
e também a capacidade de, com um equipamento como esse, evoluir não só, Ver.
Paulo Brum, em relação às crianças com deficiência, mas de evoluir para que
aqueles que não têm deficiência tenham a capacidade de se tornar jovens e
adultos com humanização e respeito pelos diferentes.
O projeto de V. Exa., Ver.ª Sofia, é inovador, é
ousado. O seu projeto vai além das homenagens, porque, quando nós dizemos aqui
que estamos juntos, que queremos homenagear e que queremos um mundo diferente,
nós temos o direito, nesta Casa, de fazer políticas públicas que são demandas
da sociedade para evoluir para um mundo de igualdade, para um mundo de paz,
para um mundo onde os diferentes não sejam discriminados, mas, sim, absorvidos
pela sociedade para construir junto esse mundo de igualdade, esse mundo de
humanização.
Não vejo como esta Câmara não pode aprovar esse
projeto. E digo mais, em nome da Bancada do PCdoB, em meu nome e em nome do Ver.
João Derly, creio, Ver. Paulo Brum, que esta é uma discussão importante. A
Ver.ª Sofia é Presidente da Comissão de Educação e conversava com o nosso
Presidente, Ver. Paulo Brum que esta é uma questão que podemos até unir as
nossas duas Comissões – de Educação e de Saúde e Meio Ambiente – para dar
consequência, para contribuir com o Legislativo por uma lei aprovada nesta
Casa. Ou nós ousamos ou temos a capacidade de contribuir, e é isso que, na
minha opinião, é o que a Vereadora quer: uma gestão mais humanizada, mais
eficiente, menos injusta. A nossa Bancada, Ver.ª Sofia, votará a favor.
Eu conclamo esta Casa a marcar projetos como
este, a sua independência lado a lado com o que um projeto como este quer
fazer, que é contribuir com o Executivo para que a gente avance, não só na
Cidade de Porto Alegre. Quando falo isso, sou base de sustentação do Governo
Tarso, em nome do meu Partido, do Governo Dilma, quiçá Porto Alegre possa ser
um exemplo para o Estado, um exemplo para o País. Eu acho que temos que ter a capacidade
de votar esse projeto com a independência dos Poderes, levando em conta a
humanização e a igualdade nas relações a partir das nossas escolas.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Alberto Kopittke está com a
palavra para encaminhar a votação do PLL nº 164/12, pela oposição.
O SR. ALBERTO
KOPITTKE: Sr.
Presidente, venho aqui ocupar o espaço da oposição para saudar essa iniciativa
que estamos discutindo. Acho que não pode haver, Ver. Paulo Brum, um momento e
um motivo mais especial de estarmos aqui se não for exatamente para enfrentar
esses temas que são suprapartidários, que estão além das diferenças ideológicas
entre nós e que tratam, na verdade, de uma sociedade mais inclusiva entre todos
os cidadãos, uma sociedade que saiba conviver com as diferenças em todos os
seus espaços. E que espaço mais importante para essa sociedade que todos nós
queremos do que as escolas? É ali que nós plantamos a sociedade que nós
queremos colher. E esse projeto da Ver.ª Sofia, que busca tornar obrigatória a
necessidade de ter os brinquedos para as crianças com deficiências físicas,
representa exatamente isso.
Eu estive numa organização que trabalha o
esporte paraolímpico e soube que nós temos hoje, se não me falha a memória,
mais de 600 crianças com deficiências físicas incluídas na Rede, graças,
inclusive, Ver.ª Sofia, a uma política recente de inclusão dessas crianças na
Rede de Educação para que todos possam conviver. E que momento de convivência
mais importante do que exatamente o pátio da escola, o intervalo, o momento da
recreação, do brinquedo? E essas crianças, hoje, não só não têm os
equipamentos, como, infelizmente, o Município não tem também cumprido os
acordos e convênios para que essas crianças possam ir até as organizações que
oferecem esse tipo de trabalho às crianças com deficiências físicas.
Então, esta discussão é muito importante,
exatamente no momento em que o Brasil se torna a referência mundial de política
de inclusão para portadores de deficiência física, através dos resultados que
temos colhido nas paraolimpíadas. Por que as escolas de Porto Alegre não podem
ter efetivamente os equipamentos para que essas crianças possam brincar de
igual para igual, no mesmo ambiente e no mesmo momento que as outras crianças?
Quantos outros projetos de lei nós já não
votamos aqui, importantes, de outros Vereadores, e eu não quero crer, Ver.ª
Sofia, que se trata de uma questão partidária nem ideológica. Essa é uma
concepção de mundo e nós reiteramos esse pedido, esse apelo, acima, muito
acima, de qualquer um dos nossos debates, mas em nome dessas 600 crianças que hoje estão na Rede de Ensino do
Município, têm, sim, esse direito garantido, de acesso, de inclusão, porque é
assim que nós efetivamos os discursos, como bem disse a Ver.ª Jussara: é com
esse tipo de política que nós fazemos muito mais do que os discursos e
homenagens. Nós consolidamos essa opinião através de políticas públicas, no
espaço público, no espaço da escola, incluindo a todas e a todos, de igual para
igual. Então, fazemos aqui, mais uma vez, esse apelo para toda a base do
Governo, para todos os colegas do terceiro bloco, o bloco dos independentes,
para que compartilhem essa discussão e votem a favor desse importante projeto,
que beneficiará as 600 crianças que estão na Rede e centenas e milhares que
ainda passarão pelas escolas de Porto Alegre, pois aqui as crianças portadoras
de deficiência física são tratadas com respeito e com prioridade pela
Prefeitura do nosso Município. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
(O
Ver. Dr. Thiago reassume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Em votação nominal, solicitada pelo Ver.
Idenir Cecchim, o PLL nº 164/12. (Pausa.) (Após apuração nominal.) APROVADO por 19 votos SIM, 08 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.
O Ver. Professor
Garcia está com a palavra.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Presidente, embora o Projeto tenha mérito, no momento em que o texto
diz que a Lei entra em vigor na data de sua publicação, fica inexequível a Lei.
A SMED já está implantando em algumas escolas.
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Engº
Comassetto está com a palavra.
O SR. ENGº COMASSETTO: Presidente, votamos favoravelmente ao Projeto da Ver.ª Sofia porque
estamos na Semana das Pessoas com Deficiência e é um símbolo desta Câmara
Municipal para com as pessoas com deficiência. No momento em que a Lei entra em
vigor, cabe ao Município organizar um programa para a sua implantação. Muito
obrigado.
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Delegado Cleiton está com a palavra.
O SR. DELEGADO CLEITON: Sr. Presidente, o meu voto é favorável e gostaria de dizer que a
instalação desses equipamentos vai além do atendimento aos deficientes; amplia
o olhar de todos para as enormes dificuldades por que passam os deficientes,
dando a eles possibilidades quando respeitado o seu jeito diferente.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Saliento que a Declaração de Voto tem de ser feita por escrito.
O SR. PAULINHO MOTORISTA: Sr. Presidente, votei favoravelmente em respeito aos deficientes
físicos, pois devemos olhar mais por eles.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Professor Garcia está com a
palavra para um Requerimento.
O SR. PROFESSOR GARCIA (Requerimento): Prezado Presidente, solicitamos a
inversão na ordem de votação dos Projetos. Há dois títulos de cidadão para
serem votados hoje, um de minha autoria e o outro da Ver.ª Any Ortiz.
Gostaríamos que fossem colocados em votação agora.
O SR. PRESIDENTE (Dr.
Thiago): Coloco em
votação o Requerimento de autoria do Ver. Professor Garcia, que solicita inversão
de votação do PLL nº 093/13 e do PLL nº 193/12. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
O Ver. Mario Fraga está com a palavra para
um Requerimento.
O
SR. MARIO FRAGA (Requerimento): Gostaria de retirar da priorização de votação
hoje o Projeto de minha autoria, o PR nº 011/13.
O SR. PRESIDENTE (Dr.
Thiago): Em votação o
Requerimento de autoria do Ver. Mario Fraga, que solicita retirada da
priorização de hoje o PR nº 011/13. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 1103/13 – PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 093/13, de
autoria da Verª Any Ortiz, que
concede o título de Cidadã de Porto Alegre à senhora Asunción Romacho Garcia de
Ortiz.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Bernardino Vendruscolo: pela inexistência de óbice
de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;
-
da CECE. Relatora Verª Sofia Cavedon: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto favorável de dois terços dos
membros da CMPA - art. 82, § 2º, V, da LOM;
- votação nominal nos termos do art. 174, II, do
Regimento da CMPA;
- incluído na Ordem do Dia em 01-07-13.
O SR. PRESIDENTE (Dr.
Thiago): Em discussão o
PLL nº 093/13. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação nominal o PLL
nº 093/13. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 27 votos SIM.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 2602/12 – PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 193/12, de
autoria do Ver. Professor Garcia, que concede o título de Cidadão de Porto
Alegre ao professor Benno Becker Júnior.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Márcio Bins Ely: pela inexistência de óbice de
natureza jurídica para a tramitação do Projeto;
-
da CECE. Relator Ver. João Derly: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto favorável de dois terços dos
membros da CMPA - art. 82, § 2º, V, da LOM;
- votação nominal nos termos do art. 174, II, do
Regimento da CMPA;
- incluído na Ordem do Dia em 10-04-13.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Em discussão o PLL nº 193/12. (Pausa.)
Não há quem queira discutir. Em votação nominal o PLL nº 193/12 (Pausa.) (Após
a apuração nominal.) APROVADO por 29
votos SIM.
Eu
quero fazer uma saudação muito especial, muito fraterna, muito calorosa ao
sempre Vereador Wilson Santos, que está aqui hoje e que ontem nos visitou na
presidência. Ele está agora numa nova carreira, uma carreira artística,
emprenhado na música nativista e lançando o seu CD, inclusive. Vamos ter
oportunidade, Wilson, de prestigiá-lo ainda mais nesta Casa. Parabéns, e
obrigado pelo carinho.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 0974/13 – PROJETO DE RESOLUÇÃO
Nº 005/13, de autoria do
Ver. Márcio Bins Ely, que concede a Comenda Porto do Sol à Impresul Serviço
Gráfico e Editora Ltda.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Bernardino Vendruscolo: pela inexistência de óbice de natureza jurídica
para a tramitação do Projeto;
- da CECE. Relatora
Verª Séfora Mota: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 19-08-13.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Em discussão o PR nº 005/13. (Pausa.) O
Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra para discutir o PR nº 005/13.
O SR. MAURO PINHEIRO: Ver. Dr. Thiago, Presidente desta Casa,
demais Vereadores e Vereadoras, público que nos assiste. Eu vou lhe dizer, com
todo o respeito, Ver. Márcio Bins Ely, que eu me sinto incomodado de votar
este Projeto neste momento – e eu sei que praxe desta Casa votarmos sempre
favoráveis a projetos como este –, por ter uma dificuldade: é que tem uma
representação no Ministério Público de Contas referente ao livro do Eurico
Salis, que foi pedido pelo Secretário Urbano Schmitt, contratado pela Procempa,
uma vez que foram feitos mil livros por R$ 69 mil, lá na Gráfica Impresul, com
valores superfaturados – e esclareço que eu fiz dois orçamentos em outras
gráficas, que custaram R$ 32 mil. Então, esse valor, no meu ponto de vista,
está superfaturado, e tem uma representação minha no Ministério Público de
Contas contra a Procempa e o Secretário Urbano Schmitt, que também envolve a
Gráfica Impresul.
Eu, na verdade, não tenho nada contra a Gráfica
Impresul nem a esse cidadão, mas como tem uma investigação no Ministério
Público, numa representação minha, que foi acolhida pelo Ministério Público – e
foi aberta uma nova representação e ela está sendo vista –, então, eu gostaria
que o Vereador retirasse esse Projeto até que pudéssemos apurar esses fatos.
Eu não gostaria de votar contrariamente, para
não ir contra a um Vereador, a um Projeto de sua autoria, mas também me sinto
incomodado de votar este Projeto, num momento em que tem uma representação no
Ministério Público, que foi aceita. E está sendo investigado o livro que foi contratado
pela Procempa, com o Urbano Schmitt, no valor de R$ 69 mil. Então, me sinto
bastante incomodado e não gostaria de votar neste momento.
Então, gostaria que o Vereador repensasse. E se
for votado hoje, eu tenho imensa dificuldade de votar com Vossa Excelência.
Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para
discutir o PR nº 005/13.
O SR. PEDRO
RUAS: Ilustre
Ver. Dr. Thiago, que preside a Casa e os trabalhos de hoje, Vereadoras, Vereadores,
discuto o Projeto em nome do PSOL, portanto, falo em meu nome e em nome da
Ver.ª Fernanda Melchionna. É sempre delicado, sempre delicado, Ver. Márcio Bins
Ely, quando nós temos, num projeto de homenagem, num projeto de cidadania, numa
entrega de uma Comenda, que questionar o conteúdo ou o mérito da proposta. Isso
não pode ser entendido, como
não é, como uma restrição ao autor deste Projeto, por quem temos bastante
admiração. O problema, Ver. Mauro Pinheiro, e aqui pensamos um pouquinho
diferente de V. Exa., é que eu não acho que se tenha que retirar o Projeto;
acho que, no caso, é de votar contra, em qualquer época, em qualquer momento.
Porque há, sem a menor dúvida disso, uma relação direta entre a feitura, a
edição dos livros, o custo superfaturado, e a Procempa, que hoje é alvo de
investigação pesada, inclusive com CPI nesta Casa, inclusive com posição
externada e publicizada pelo Ministério Público Estadual. Há uma relação direta
entre a Impresul, os livros editados, Ver.ª Melchionna, a Procempa e a ordem do
Executivo. E essa relação direta, pode até, é possível, ninguém está aqui
pré-julgando, levar, no futuro, a uma absolvição ou à consideração de que a
Impresul não tem nada a ver com esse tema, o que é muito difícil, pelo custo
dos livros editados. É muito difícil! Mas, neste momento, Ver. Cecchim, uma
homenagem, que é a Comenda Porto do Sol para a Impresul, é absolutamente
inadequada. E digo mais: é impossível que haja uma homenagem da Câmara de
Vereadores, neste momento. O que existirá, certamente, e a CPI será brevemente
instalada, é a investigação, e uma homenagem, agora, colocaria a Câmara de
Vereadores numa posição absolutamente confusa, porque ela homenageia uma
empresa, que logo será investigada por ela, com a Comenda mais importante que a
Casa confere a uma entidade, a uma pessoa jurídica. Portanto, fica aqui,
senhores, a nossa posição, no sentido de que... E tenho o maior respeito ao
autor do Projeto, total, não há nenhuma restrição a V. Exa., por óbvio, há,
sim, uma discussão de conteúdo em relação à Impresul, e nós votaremos contra a
outorga Comenda Porto do Sol para a empresa Impresul pelos motivos aqui
elencados, que são absolutamente, necessariamente, invocados neste momento.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Valter Nagelstein está com a
palavra para
discutir o PR nº 005/13.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, conta
uma parábola que o cidadão que se dedicava a caluniar, a difamar, a acusar, a
assacar contra a honra e a dignidade das pessoas, um dia se arrepende e vai se
confessar com o padre. O padre ouve a sua confissão, Ver. Márcio Bins Ely, e,
como penitência, diz o seguinte: “Meu filho, tu vais subir lá no campanário da
Igreja com um travesseiro de penas. Tu vais rasgar o travesseiro de penas e
vais jogar as penas do campanário. Depois, tu desces do campanário, caminhas, e
vais juntando as penas e colocando as penas dentro do travesseiro”. Ele olha
para o padre, meio intrigado, e diz: “Mas é impossível, padre”. O padre pergunta:
“Por que é impossível?” E ele diz: “Porque o vento já se encarregou de espalhar
as penas”. Olha, Ver. Pedro Ruas, com todo o respeito que eu lhe tenho, a
posição que V. Exa. trouxe à tribuna é absolutamente equivocada e, mais do que
isso, eu quero dizer, é lamentável. Eu conheço a empresa, conheço a família
dona da empresa, conheço a história da empresa, não sou eu o proponente,
colegas Vereadores, mas gostaria de ser, porque sei que a Impresul é uma
gráfica que não precisa disso. Não precisa sequer de contas do Governo, porque
é uma empresa que se fez praticamente do nada, sendo hoje uma das maiores
indústrias gráficas da nossa Cidade, cujo proprietário, o Presidente do
Sindicato das Indústrias Gráficas, gera um sem-número de empregos, contribuindo
para a Cidade. Eu acho que nós temos que ter muito cuidado com essas coisas.
Se, por um lado, se fala que a Câmara se dedica por demais a fazer homenagens,
eu quero dizer que acho justo que se homenageie quem, de fato, merece ser
homenageado. Às vezes, as pessoas têm uma vida, uma luta e um exemplo para dar,
exemplo esse que sei da família da Impresul, Ver.ª Mônica Leal, de pessoas que
saíram do nada, muitas vezes, ou de muito pouco, para construir uma trajetória,
para dar empregos, para dar dignidade. Essa empresa não precisa disso. Se
estivéssemos falando daquilo que no jornal hoje mostra, de uma marcenaria de
fundo de quintal, que bota uma foto e que se pode ver que de fato aquilo ali
não existe, e são R$ 426 mil que espero que se apurem, sim, e que os responsáveis
sejam apontados, sim, é uma coisa; estamos falando de um universo muito maior,
de desvios que a auditoria aponta, de R$ 3 milhões, que o Ministério Público
diz que são R$ 50 milhões, e aí tem uma fatura de uma grande gráfica que todos
nós conhecemos, que é de R$ 70 mil, por um serviço que tenho certeza de que foi
feito. E aí vem se propor, num momento desses, que não se aprove a homenagem?
Mas isso tem repercussões, as mais graves. Não é assim, meus colegas, meus
companheiros, que se faz! Eu não tenho a pretensão de ensinar nada a ninguém,
mas eu acho que é equivocado.
Eu
acho que o autor vai pedir, lamentavelmente... E eu lamento, Sr. Presidente,
volto a dizer, gostaria de ser eu o proponente dessa homenagem, porque quero
dar esse testemunho; daria aqui, daria em juízo, daria em qualquer lugar o
testemunho a respeito dessas pessoas e da idoneidade dessa empresa.
Eu
tenho 43 anos feitos agora, de vida limpa, Ver. Pedro Ruas, não tenho medo de
nada: não tenho medo de acusar, se for o caso de acusar, não tenho medo de
defender, quando eu acho que seja justo defender, porque me fiz e me formei
advogado. Poderia ter feito concurso para Juiz, poderia ter feito concurso para
o Ministério Público, mas não, quis advogar junto com meu velho, e depois fazer
vida pública, então não tenho nem constrangimentos nem medos, de quando for o
caso de acusar, fazer a acusação, mas também, quando for o caso de levantar a
voz ante uma injustiça, não ter o constrangimento de levantar a voz. Eu venho
aqui exatamente para que fique registrado nos Anais desta Casa, na nossa
Taquigrafia, o meu testemunho com relação às pessoas que estão por trás dessa
empresa e à própria empresa, da sua idoneidade, da sua transparência, da sua
trajetória, da sua história, do seu tamanho. E eu gostaria que esta Câmara
fizesse justiça, porque quando se faz uma homenagem, como o senhor aprovou para
os outros dois anteriores, é porque se homenageia uma trajetória, Ver.
Paulinho, uma vida.
E
eu gostaria que esta Câmara fizesse justiça, que não fizesse prejulgamentos,
porque como a própria Constituição Federal diz: primeiro, o princípio da
inocência presumida. Não é o caso, porque a empresa não é acusada de nada.
Arrola que tem uma encomenda de uma confecção de livros que custou R$ 70 mil e
que teria sido feita mediante licitação. Bom, que se acuse, então, o ordenador
de despesa, o responsável, mas isso, até para essa própria empresa, pelo
tamanho que ela é, representa uma fração do seu faturamento, do seu tamanho, da
sua história. Então, fica aqui um apelo aos Srs. Vereadores, ao Líder, ao
proponente: vamos enfrentar, se for essa a decisão. Eu acho que é absolutamente
justa a homenagem que nós podemos fazer à Impresul e é justíssima a lembrança
do Ver. Márcio Bins Ely. Muito obrigado, Presidente.
(Não revisado
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para
discutir o PR nº 005/13, por cedência de tempo da Ver.ª Fernanda Melchionna.
O SR. PEDRO RUAS: Ver. Dr. Thiago que preside os trabalhos
da Sessão; Vereadores e Vereadoras, ao contrário do que manifesta o Ver. Valter
Nagelstein, nós colocamos um tema da maior relevância. E não é um
prejulgamento, é um julgamento sobre merecimento ou não, de homenagem. Então,
não é prejulgamento sobre aquela questão. E também, ao contrário do que diz o
Ver. Valter Nagelstein, nós manifestamos todo o respeito pelo autor do Projeto.
O Ver. Valter Nagelstein, ao invés de fazer o debate do mérito do tema, que
terminou por fazê-lo, mas ele faz antes o ataque pessoal, individual, a quem
questiona o Projeto e quem não concorda. Mas nós não concordamos com essa
maneira, e também não nos intimidamos com essa maneira de fazer ataques
pessoais, como se estivéssemos aqui levantando algum tipo de calúnia, porque
nunca falamos nisso. E aí o Vereador vem, traz um exemplo, conta uma história,
como se isso, de alguma maneira, tivesse a ver com o nosso pronunciamento. Não
tem a ver! Nós somos muito claros aqui: não é o momento de prestarmos a
homenagem à Impresul. Essa é a questão. Isso não está julgando a história da
Impresul, isso está julgando a inadequação de uma homenagem à Impresul, é isso
está sendo colocado, esse é o debate e ninguém fez aqui acusações à Impresul. O
que nós temos é um dado real, que o Ministério Público de Contas está examinando,
sim, a circunstância de que as edições tiveram um preço muito maior do que o
mercado, e esse é um dado real. E quando V. Exa. fala, Ver. Nagelstein, de 420
e poucos mil reais, isso é um episódio, são mais de R$ 50 milhões de fraudes na
Procempa! E nós temos que ter muita cautela, sim, com as homenagens, porque a
homenagem não é do Ver. Márcio Bins Ely, que tem todo o direito de ter os seus
motivos para homenagear; a homenagem é de Porto Alegre, é a Comenda Porto do
Sol, conferida pela Câmara Municipal. Há que se ter critério, sim. Nós não
temos apenas o direito de questionar o mérito de cada proposta,
respeitosamente, é claro, como fizemos, nós temos o dever de fazê-lo. E nós não
nos escusaremos desse dever, porque sabemos que está entre as nossas obrigações,
e não fazer o papel de concordância absoluta apenas porque determinado Vereador
ou setores da Câmara, ou quase toda a Câmara, se for o caso, tem outra posição.
Repito, eu respeito a história do Ver. Márcio Bins Ely e o seu direito de fazer
a proposta, mas temos o mesmo direito de não aceitá-la e, neste caso
específico, do meu ponto de vista, temos a responsabilidade objetiva de votar
contra o Projeto.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra para
discutir o PR nº 005/13.
O SR. MÁRCIO
BINS ELY: Sr.
Presidente, na pessoa de V. Exa. eu cumprimento os Vereadores, as Vereadoras, o
público que nos assiste nas galerias e pela TVCâmara, senhoras e senhores.
Venho a esta tribuna para discutir este Projeto de iniciativa deste Vereador,
que tem por objetivo conceder a Comenda Porto do Sol à Impresul Serviço Gráfico
e Editora Ltda.
Ouvi atentamente aqui as manifestações, Ver.
Mauro Pinheiro e Ver. Pedro Ruas, relativas à representação que o Vereador faz
junto à Procuradoria-Geral do Ministério Público de Contas do Estado, mas quero
dizer que nós não podemos partir do pressuposto que qualquer representação
represente, ou afirme, ou, por trás dessa representação, se tenha um
prejulgamento de culpa.
A Impresul tem 45 anos, tem 180 funcionários,
tem sua sede
em Porto Alegre, é uma empresa idônea, paga todos os seus tributos, foi
requisitada para fazer um trabalho – eu não tenho aqui elementos para julgar –,
deu o seu orçamento e executou o serviço. Então, se vamos partir de um
pressuposto que a empresa é idônea ou proferiu alguma irregularidade e, por
isso, vamos interromper essa iniciativa, vamos estar prejulgando e vamos estar
condenando a empresa.
Nesse sentido, quero agradecer as palavras do
Ver. Nagelstein. Quero dizer que este Vereador esta propondo, sim, a homenagem
a essa empresa que entende merecedora dessa Comenda. Respeito, mas não acolho o
pedido de adiamento e quero submeter à Casa a votação o Projeto de minha
autoria que tem por objetivo que se confira a Comenda Porto do Sol à Impresul.
Se os Vereadores entenderem que não é o caso, que votem contra, assim o Projeto
fica rejeitado e nós não entregaremos a Comenda à Impresul, sem problema
nenhum. Mas este Vereador não retirará e não pedirá o adiamento deste Projeto.
Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Encerrada a discussão. Em votação nominal,
solicitada pelo Ver. Pedro Ruas, o PR nº 005/13. (Pausa.) (Após a apuração
nominal.) APROVADO por 13 votos SIM e 10 votos NÃO.
O
Ver. Clàudio Janta está com a palavra para leitura da sua Declaração de Voto.
O SR. CLÀUDIO JANTA: (Lê.)
“Justifico o voto por entender que uma empresa para receber comendas pela
Câmara Municipal de Porto Alegre [não levando em consideração os seus donos, já
aprovei várias homenagens aqui a empresários nesta Casa], deverá apresentar [no
meu entendimento, como dirigente sindical] certidões que comprovem nenhuma
irregularidade trabalhista com seus trabalhadores e que garanta as condições de
trabalho decente previstas pela OIT.” Dar título a um cidadão é uma coisa, e
dar título a uma empresa, no meu entendimento, como sindicalista, é outra.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC. Nº 1151/12 – PROJETO DE LEI DO
EXECUTIVO Nº 027/12, que
autoriza o Departamento Municipal de Água e Esgotos (DMAE) a desafetar e
alienar imóvel de seu patrimônio, destinado a uso especial, localizado na Av.
Dr. Carlos Barbosa, nº 798.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Sebastião Melo: pela inexistência de óbice de
natureza jurídica para a tramitação do Projeto;
-
da CEFOR. Relator Ver. Valter Nagelstein: pela aprovação do Projeto;
-
da CUTHAB. Relator Ver. Alceu Brasinha: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82, § 1º, VIII, da
LOM;
- incluído na Ordem do Dia em 13-03-13;
- discutiram a matéria os Vereadores Engº Comassetto
e Sofia Cavedon, em 14-08-13.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Em discussão o PLE nº 027/12. (Pausa.)
O SR. PEDRO RUAS: Eu sei que está no espelho a posição de
cada Comissão, como o projeto necessita, mas, de qualquer maneira, eu sei que
está no espelho, não há necessidade. Obrigado.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, o presente projeto foi
transferido para hoje em função de que seriam pedidas diligências, mais
informações ao Executivo sobre o terreno. Foi, inclusive, sugestão do Ver.
Reginaldo Pujol naquela Sessão, e eu gostaria de saber se foi encaminhado o
pedido.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Pedro Ruas está com a palavra
para discutir o PLE nº 027/12.
O SR. PEDRO RUAS: Prezado Ver. Dr. Thiago, que preside os
trabalhos e a Casa; Vereadoras, Vereadores; este Projeto nos remete a um debate
que já, há muitos anos, preocupa esta Casa. Eu poderia resumir, dizendo que se
entende que a Prefeitura, o Município de Porto Alegre não pode ter um
comportamento, em relação aos seus bens, assemelhado ao da iniciativa privada.
Os bens cuja propriedade em registro de imóveis são do Município de Porto
Alegre têm que ser muito bem avaliados para efeitos de alienação. Não é demasia
dizer que a Prefeitura não é uma imobiliária. Esse imóvel, especificamente, foi
objeto de debate, e houve alguns Pedidos de Informações que não foram
respondidos em relação a ele. Isso nos deixa bastante céticos em relação:
número um, à necessidade da venda; número dois, ao benefício por ventura
trazido ao Executivo; e, número três, a conclusão é que essa venda não deve
ocorrer. É muito raro, é mesmo digno de nota o caso em que a alienação deva
ocorrer, e normalmente, via de regra, essas alienações não trazem benefícios de
monta ao Município; ao contrário, descaracterizam-no como proprietário de áreas
que podem e devem ser usadas para o bem social.
Então,
nós temos aqui essa circunstância a ser analisada. As informações necessárias
não vieram. Do ponto de vista formal, existe a possibilidade, sim, da votação,
mas eu reitero: não vejo nenhum benefício para a sociedade porto-alegrense na
alienação desse imóvel, e vejo a reiterada prática da venda sem sentido,
daquilo que é patrimônio comum da sociedade porto-alegrense.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra
para discutir o PLE nº 027/12.
O SR. MAURO PINHEIRO: Presidente Dr. Thiago, Vereadores,
Vereadoras, todos os que nos assistem. Presidente, resolvi vir à tribuna porque
nós estávamos no plenário discutindo a melhor localização e o que deve ser
feito dessa área; nós temos algumas dúvidas, por isso resolvi vir aqui até para
que os Vereadores possam continuar discutindo. Quero fazer um alerta, até fiz a
pergunta ao Líder do Governo, Ver. Reginaldo Pujol, por ser um terreno na Av.
Dr. Carlos Barbosa, 798, próximo ao Estádio Olímpico, cuja área será da OAS,
Ver. Cecchim, Ver. Janta, que será construída, será valorizada, com certeza,
pelas construções que deverão surgir ali, pós-Olímpico, e eu acho que esta Casa
deve tomar o máximo cuidado com o que é público. Se é uma área pública, que
será desafetada, que pode ser vendida agora, o Município e a população podem
perder dinheiro, porque essa área será supervalorizada com as construções da
OAS naquela região. Então, acho que precaução e canja de galinha não fazem mal
a ninguém, Ver. Valter Nagelstein. Como é que eu vou votar a favor de
desalienar uma área que poderá ser vendida pelo Governo, área que nós sabemos
que vai valorizar logo ali na frente e o Município vai perder dinheiro, as
pessoas vão perder dinheiro. Então, eu acho que nós temos que ter um pouco de
cuidado. Eu gostaria de ver melhor essa área, Ver. Valter. O senhor não fique
nervoso, parece que hoje o senhor está bastante nervoso, já vimos que o senhor
está no debate do jornal, está no debate aqui, vamos ter um pouco de calma. Eu
acho que os Vereadores têm que ter cuidado com o que é público! Eu sempre
procuro cuidar do dinheiro público, acho que é nosso dever legislar,
fiscalizar, ter o cuidado com o dinheiro público, Ver. Mario Manfro. Então eu
acho que alguém do Governo deve vir aqui e nos explicar o que é a área; por que
quer desalienar, se quer vender, por que quer vender, o que quer fazer da área.
Eu quero votar com segurança! Se eu não tiver uma explicação plausível do
Governo do que vai ser feito com essa área, eu vou votar contrariamente, por
uma medida de segurança com o que é público. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Valter Nagelstein está com a
palavra para discutir o PLE nº 027/12. (Pausa.)
O SR. CLÀUDIO JANTA (Requerimento): Sr. Presidente, eu solicito o adiamento
da discussão do PLE nº 027/12, por três Sessões, em virtude de discussões sobre
esse assunto na CUTHAB, e por termos tido uma conversa a respeito disso com o
Vice-Prefeito e com o Prefeito aqui nesta Casa.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO
(Requerimento): Sr.
Presidente, a Bancada do PSD também solicita o adiamento da discussão do
referido projeto.
O SR. ENGº COMASSETTO (Requerimento): Sr. Presidente, ontem nós tivemos o prazer
de receber o Prefeito nesta Casa; quando coube a minha fala, referenciei as
áreas do Município que estavam à venda, e o Prefeito assumiu um compromisso
ali. Portanto, nós apoiamos aqui também o adiamento da discussão, de não vender
e analisar para a habitação.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Perfeito. Há um Vereador na tribuna.
Depois vai ser votado o Requerimento de Vossas Excelências.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Muito obrigado. Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, eu gostaria, Ver. Pujol, de já deixar gasta a minha vez e,
obviamente, aí economizo o tempo e poupo os ouvidos de V. Exas. das minhas
elucubrações aqui. Mas eu tenho certeza que V. Exa. vai concordar, em parte,
com o que vou dizer. Eu quero discordar novamente, com todo o respeito, com a
devida vênia, do Ver. Pedro Ruas, porque ele disse que essas coisas não podem
ser governadas pela lógica da iniciativa privada. E eu quero dizer que, no meu
entendimento, nós devemos avançar muito mais, em muito mais áreas públicas na
lógica da iniciativa privada. A função do Estado não é ser corretor de imóveis.
Aqui não estamos falando de um terreno, estamos falando de oito metros de
frente por vinte metros de fundo, que era uma casa de bombas e que foi
desativada, e que para seja mantida... Essa discussão não é nova, nós passamos
por uma semelhante a esta, quando a Bancada do PT e a oposição criaram toda a
sorte de obstáculos, em Belém Novo; a mesma coisa. No final, conseguimos
aprovar a desafetação, assim como há 250 anos têm se aprovado desafetações. Não
é novidade, porque, quando o Poder Público não tem mais condições de manter um
determinado bem, Ver.ª Séfora, ele precisa desafetar e alienar esse bem,
porque, senão, depois, nós vamos ter que estar reclamando aqui, como na semana
passada estava a Guarda Municipal. Nós vamos ter que botar mais Guarda
Municipal para cuidar, porque, daqui a pouco mais, invadem o terreno, e o
Governo e o Município não têm condições de cuidar; invadem o terreno e aí
entram com uma ação na Justiça, tem que fazer a desocupação, aí, cria um fato,
porque tem Vereadores que estimulam ocupações e invasões; aí, depois, juntam
aqui pessoas, aí, depois, o Governo tem que pagar, tem que desapropriar para
dar para determinados grupos de interesse, porque tem política, sim, por trás!
Então,
quero dizer que tem que caminhar na lógica em muitas coisas, sim, da iniciativa
privada. Por exemplo: servidor público. Temos que dar todas as garantias de
estabilidade para o servidor público, mas, por outro lado, temos que ter
agilidade com aqueles que não correspondem à sociedade, porque, às vezes, nós
chegamos em repartições, Ver. Reginaldo Pujol, e parece que estão fazendo um
favor, quando, na verdade, é obrigação atender o cidadão. Quando as pessoas
saíram para as ruas, agora, pediram melhores serviços públicos. E, para termos
melhores serviços públicos, muitas coisas que valem na iniciativa privada temos
que trazer para o serviço público, porque a sociedade clama por isso, a
sociedade precisa disso.
O Sr. Reginaldo Pujol: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Vereador, antes de mais nada, quero cumprimentá-lo pelo seu
pronunciamento. Eu fui surpreendido positivamente ao longo deste debate, porque
existe um fato que ocorreu na CUTHAB, em que foi ajustado que, numa medida
compensatória a uma entidade religiosa, essa área seria destinada em comodato
ou algo assemelhado. Para esclarecer esse fato é que estamos concordando com
este novo adiamento. Não fora isso, estaríamos como V. Exa., discutindo a
validade da decisão tomada pelo Departamento Municipal de Água e Esgotos. Só
este fato novo faz com que a gente ofereça essa contribuição ao seu
pronunciamento.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Muito obrigado. Ora, se for isso mesmo...
Por exemplo, eu sei que tem uma casa de religião, ali na Vila Tronco, do Pai
Cleon, que é famosíssimo, muita gente conhece. Se fosse essa ou qualquer outra,
tudo bem, não está no processo. O que está no processo, a justificativa do
DMAE, é o seguinte: custa para o Município ficar com uma área que não tem mais
destinação. E o Ver. Mauro Pinheiro faz uma enorme confusão aqui. Porque uma
coisa é desafetar, outra coisa é vender em hasta pública. Não quer dizer que
desafetando agora vai vender amanhã! Claro que está escrito vender, porque o
objetivo é vender! O objetivo é fazer recursos, pegar esses recursos e aplicar
em rede de água para quem precisa. Por quê? Porque o órgão, o Departamento
Municipal não pode ficar arcando com as despesas de uma área. Volto a dizer: o
DMAE não é imobiliária, ele não pode ficar com área que não tem destinação. Ou
vem aqui o Líder do Governo e diz que tem uma outra destinação e que vai ceder
a área, ou então nós fazemos a desafetação, levamos à hasta pública,
arrecadamos o dinheiro que tem que ser arrecadado e vamos colocá-lo onde
precisa: rede de água e de esgoto nas vilas, nas regiões da Cidade que mais
precisam! Vai ficar com o terreno ali para quê? No Governo do Estado é a mesma
coisa. Quantos e quantos prédios abandonados há por aí? Porque não pegam esses
prédios abandonados, ou enfrentam o negócio e fazem habitação popular ou
alienam, recolhem o recurso para aplicar onde precisa, Delegado Cleiton.
O Sr. Delegado Cleiton: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Valter Nagelstein, essa área foi objeto de discussão de várias
audiências que fizemos aqui na CUTHAB e de um acordo que fizemos com o Governo
Municipal no sentido de que essa área será destinada ao Ilê, que foi desalojado
pelas obras lá da Vila Tronco. Então, é importante que façamos essa discussão,
que seja adiada, mas a destinação dessa área já foi acordada há bastante tempo.
Inclusive, nas reuniões em que tratamos disso, contamos com a presença de
algumas pessoas daquela região que manifestaram o interesse em que aquela área
fosse doada para esse Ilê.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Concluo, Sr. Presidente, com uma frase:
se for esse o encaminhamento, eu não tenho nada a obstar, Ver. Delegado
Cleiton, sou favorável. Agora, estou falando na questão de concepção. O Poder
Público não pode e não deve ficar com áreas que são improdutivas, desocupadas,
gastando em guarda. Na verdade, ele tem que fazer alienação, sim, para pegar
esse recurso e investir onde, de fato, a sociedade reclama e quer. Muito
obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Em votação o Requerimento, de autoria de
vários Vereadores, que solicita o adiamento da discussão do PLE nº 027/12 por
três Sessões.
Em
votação o Requerimento. (Pausa.) A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra
para encaminhar a votação do Requerimento, de autoria de vários Vereadores.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs.
Vereadores, eu gostaria primeiro de encaminhar em nome da nossa Bancada, do
PSOL, favoravelmente, o Requerimento feito pelo Ver. Clàudio Janta, de
adiamento da discussão por três Sessões, ainda mais depois das informações que
traz o Presidente da CUTHAB, Ver. Delegado Cleiton, de que a área já estava
sendo negociada para um dos ilês atingidos pela duplicação da Avenida Tronco.
Nós sabemos que a CUTHAB atuou diretamente nessa área; portanto, aceitamos o
encaminhamento e votamos favoravelmente a ele.
Mas não poderia me furtar de vir à tribuna
responder às premissas neoliberais que foram trazidas pelo Ver. Valter
Nagelstein, premissas neoliberais conhecidas pela história: as premissas do
Estado mínimo, da privatização, do desmonte dos serviços públicos, do desmonte
dos direitos trabalhistas; premissa neoliberal que já foi mostrada na crise
econômica do que o capitalismo está fazendo com os povos da humanidade, porque
os trabalhadores e trabalhadoras dos países do centro do capitalismo mundial
que seguiram à risca o corolário neoliberal preconizado pelo Ver. Valter
Nagelstein e pelos neoliberais de plantão estão querendo repassar a conta das
suas invencionices com o capital, com o Estado, com as empresas públicas e suas
privatizações, agora, para as costas dos trabalhadores. Esse discurso é muito
velho!
Em
primeiro lugar, o Estado deixa de investir, sucateia, fecha os olhos para
serviços e ausência de recursos para as estatais, para depois justificar a sua
privatização. Fato. Foi assim com a CEEE, foi assim com a orla do Guaíba e os
debates que temos em defesa da orla pública. É assim quando eles deixam uma
verdadeira roubalheira se instalar na Procempa e nada é feito para reaver os R$
50 milhões roubados do povo da nossa Cidade para justificar uma política de
desmonte dos serviços públicos. Aliás, uma empresa de tecnologia que tem
expertise com os profissionais concursados, mas que é desmontada por uma lógica
de loteamento da máquina pública, de aparelhamento da máquina pública e de
verdadeiras quadrilhas que se instalam no serviço público para se locupletar!
Ao invés de investigar, ao invés de batalhar pela devolução desses recursos
públicos que fazem falta em todas as áreas, inclusive na Saúde... Porto Alegre
perdeu ontem um cidadão que morreu por ausência de socorro, por omissão, por
falta de ambulância. Isso é uma vergonha! E estão lá esses recursos, na
roubalheira.
Essa
lógica de desmontar é parte de uma visão de loteamento da máquina pública e de
uma visão neoliberal de terceirização de serviços de privatização, que, aliás,
é a porta aberta da corrupção, porque foi a partir de licitações e
terceirização dos serviços que se roubou dinheiro da Procempa. O SIAT,
contratado por R$ 12 milhões, os trabalhadores tinham a expertise para
desenvolver o sistema; mas o Governo foi lá e privatizou o serviço, e quem
pagou foi o povo da nossa Cidade. A mesma coisa quando estamos tratando de
terrenos públicos, porque, se está improdutivo, é porque o Governo não fez
moradia popular para 53 mil pessoas que estão inscritas no Minha Casa, Minha
Vida em Porto Alegre. Esse é o dado: 53 mil pessoas que estão esperando moradia
popular deste Governo! E o Vereador vem aqui e diz que tem que vender terreno
público? Pela madrugada! Nós precisamos de políticas já para moradia popular;
para os ilês, que, infelizmente, estão sendo atacados em relação à obra de
duplicação da Av. Tronco. A CUTHAB tem feito um excelente debate de defesa
desse patrimônio cultural da nossa Cidade.
Então,
eu gostaria de dizer que nós votaremos a favor do adiamento da votação,
esperando que o Governo crie bom-senso e comece a defender o patrimônio público
do nosso Município, comece a investir para que não se trabalhe na lógica da
Prefeitura como uma imobiliária que vende espaços que poderiam servir de
moradia popular; que comece a trabalhar na lógica de investigar os malfeitos
nas empresas públicas, como o caso da Procempa, buscando devolver melhor
serviço público para a população.
Bem
se vê que o Ver. Valter Nagelstein não conhece muito os protestos de junho. Os
protestos de junho diziam “melhores serviços públicos”, “mais dinheiro público
para a Saúde e para a Educação pública” e nunca, Vereador, defenderam as
privatizações.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Engº Comassetto está com a palavra
para encaminhar a votação do Requerimento, de autoria de vários Vereadores.
O SR. ENGº COMASSETTO: Sr. Presidente, colegas Vereadores e Vereadoras, entidades comunitárias aqui
presentes, senhoras e senhores; venho aqui para, obviamente, defender o
adiamento dessa votação; mais do que o adiamento, mas a retirada desse projeto
da Ordem do Dia, porque este projeto não condiz com a política que o Município
tem que fazer, e vou aqui justificar no mínimo em quatro eixos. Primeiramente,
temos subido a esta tribuna, sempre que vem um projeto do Município com área
para ser vendida, dizendo que está equivocada essa política de venda.
Ontem,
nós recebemos, na CUTHAB, os moradores do arroio Capivara, 37 famílias, a que a
Prefeitura, há mais de oito anos, prometeu reassentar, mas enrola de uma
reunião para outra e não apresenta o projeto! Mas não vamos longe. Ali na Av.
Tronco, há dezenas – por que não dizer centenas? – de famílias que têm vindo à
CUTHAB para garantir os seus direitos de moradia e de não exclusão de uma
região nobre da Cidade, pois querem levá-los para a periferia.
E
eu vou me referir aqui, com todo o respeito que tenho a todos que aqui estão,
prezado Ver. Delegado Cleiton, à Mãe Maria, com seus 84 anos, que tem uma casa
de religião e é a representante do candomblé legítimo no Rio Grande do Sul. Ela
está prestes a ser despejada porque a oferta que é feita para ela é também na
mesma lógica do Minha Casa, Minha Vida. A CUTHAB tem tratado disso, o Ver.
Delegado Cleiton e a Assembleia Legislativa têm feito reuniões, todos nós temos
nos empenhado. Agora, Ver. Valter, não é um terreninho qualquer. É um terreno
situado na Av. Carlos Barbosa, em frente ao estádio Olímpico – não, não estou
enganado, inclusive como não estava enganado naquele terreno da Restinga, Ver.
Valter –, que mede oito metros de frente. Sabe quantos metros têm os
condomínios que estão sendo feitos em Ipanema? Não são oito metros de frente.
Quantos metros tem de fundo? Ele tem 54 metros de um lado e 70 metros de outro.
Esse terreno mede 432 metros quadrados. Com o índice que nós temos ali, a
altura e o aproveitamento, nesse terreno, dá para fazermos, num cálculo rápido,
sete, oito habitações de Interesse Social. Nesse terreno, dá para fazer isso.
Por que não fazer esta discussão para que nós venhamos a aproveitar esse
terreno para quem precisa e não expulsar as pessoas dos lugares nobres da
Cidade?
Quero
falar da segunda questão: ontem, nós recebemos aqui o Prefeito, que veio trazer
a Lei de Diretrizes Orçamentárias. E, na minha fala, representando a Bancada do
Partido dos Trabalhadores – está ali o Gil, que estava presente –, levantei
esse tema. Pedimos para o Prefeito não mandar mais o projeto de vender áreas
públicas, e o Prefeito assumiu esse compromisso, ontem, na presença de todos os
Líderes partidários desta Casa. Portanto, tem que ser cumprida a palavra do
Prefeito. Esse Projeto tem que ser retirado da Pauta e ser tratado na política
habitacional de Interesse Social da cidade de Porto Alegre. É isso que nós
precisamos tratar, e nós estamos aqui. A oposição está aqui para ajudar a
construir políticas de inclusão e não políticas de exclusão e da venda do
patrimônio. Aqui é mais uma ação da venda do patrimônio, e nós estamos aqui
para ajudar a Prefeitura a não quebrar como está apontado neste momento; não
vender e aproveitar para Habitação de Interesse Social. Um grande abraço! Muito
obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Valter Nagelstein está com a
palavra para encaminhar o Requerimento, de autoria de vários Vereadores.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, a
primeira questão é muito grave. Ver. Engº Comassetto, quero a sua atenção. Eu
não ia falar a respeito disso. No final do ano passado, nós trouxemos, aqui na
Câmara de Vereadores, uma permuta de um terreno na Restinga, é a isso que ele
se refere. Um empreendedor ia trocar um terreno de sua propriedade, no Parque
Industrial da Restinga, por um outro. Um projeto que foi para a PGM, para a
Secretaria da Fazenda, passou por todos os segmentos e teve parecer favorável.
Aí, o Ver. Engº Comassetto levantou uma suspeita aqui na Câmara – havia mais de
200 pessoas da comunidade aqui –, nós retiramos a Priorização, não votamos
aquela permuta, passou-se mais um inverno, e a Creche do Castelo, lá da
Restinga, mais uma vez, ficou sem refeitório pelas elucubrações do Ver. Engº
Comassetto.
(Aparte
antirregimental do Ver. Engº Comassetto.)
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Aí, claro, que fui contra a retirada, o
senhor fez a retirada! Aí, o que aconteceu? Na semana passada, um mês atrás,
veio um líder de lá, aqui, me pedir desculpas e dizer que estava sendo
empregado na Secretaria do Turismo do Estado do Rio Grande do Sul, por
indicação do Ver. Engº Comassetto. O senhor sabe, quer que eu traga aqui? Vou
trazer! Então, esse é o tipo de política que se faz. Porque a liderança lá da
Restinga ficou contrária, porque as crianças estavam... Aí ele quis abduzir a liderança.
E botou num CC, comprar a liderança para amordaçar a liderança. Esse negócio de
privatiza e não privatiza primeiro tem que acertar primeiro com o PT, já que
ele é um líder do PT! Por que a Presidente Dilma está privatizando os
aeroportos do País, privatizando rodovias, fazendo pedágios? Por quê? Então, é
um discurso aqui na tribuna, é um discurso quando governa, e é outro
discurso...
A
Petrobras, o Pré-Sal... Venderam as reservas do Pré-Sal por R$ 2,6 bilhões em
um leilão. Aí, o metrô de Porto Alegre custa nove! Será que as reservas do
Pré-Sal vendidas em leilão por R$ 2,6 bilhões pelo PT valem isso, e o metrô de
Porto Alegre custa R$ 9 bilhões?
Esse
é o PT. Mas o PT, esse ser bifronte, tem que decidir qual é a cara dele! Tem
que decidir qual é a cara dele! Tem que ser coerente, porque o que as pessoas
querem da política é coerência. Ver.ª Fernanda, eu tenho divergência de fundo,
e a senhora se equivoca, infelizmente, mas cada um enxerga o mundo da sua
forma.
Os
Estados Unidos da América, que têm 250 anos, têm os seus problemas, mas são a
nação mais desenvolvida do mundo, entraram em uma crise, a do subprime, e saíram da crise do suprime.
Fizeram todas as suas tarefas e buscaram uma fonte energética, o xisto,
porque tinham agilidade, comprometimento, consenso – um país que conseguiu, há
250 anos, construir um consenso do que ele quer e aonde ele quer chegar.
Investiu em educação, tem homens públicos que têm visão pública, tem uma
sociedade que trabalha, e a Vereadora fala contra isso! Agora, eu quero saber,
do que ela diz sobre neoliberalismo, disso e daquilo – que me traga exemplos
para compartilhar conosco, para compartilhar com quem está nos assistindo –,
exemplos desse modelo que ela traz. Onde, no concerto das nações do planeta,
tem uma que está dando certo? Eles falaram que acabou o capitalismo, mas o
dólar está a R$ 2,40; os Estados Unidos novamente estão crescendo, eles são a
locomotiva do mundo, e nós aqui fazendo este discursinho de século XIX! Mas
isso não tem cabimento, gente, nós precisamos acordar! Nós precisamos investir
em serviço público com agilidade, transparência, com metas. Ninguém quer a
precarização de nada. A gente quer um País desenvolvido! Mas como se faz um
país desenvolvido? Olhando, Tarciso, para os países desenvolvidos! Dessa
acusação de neoliberal eu leio as passagens, os escritos do maior teórico do
trabalhismo, que foi Alberto Pasqualini, lá em 1960. De tudo o que eu falo
aqui, nada é contra o que o Pasqualini escrevia! Ao contrário, a grande crise
da Europa se deu porque corporações como na Grécia, como na Espanha, sugaram o
estado de tal forma, que, daqui a pouco, não era mais possível o estado
continuar pagando aquelas corporações em detrimento da sociedade. É esse o
modelo que ela fala e que defende. Não é esse, certamente, o modelo que eu
defendo; também não é o do estado mínimo, mas é o do estado ágil, que preste
serviço para as pessoas.
Concluo,
Sr. Presidente, dizendo que, embora eu tenha feito essa defesa, nós saímos de
um terreno de 8 metros por 24 metros para discutir conceito de mundo! É demais.
Eu gostaria de voltar aos 8 metros por 24 metros. Gostaria de arrecadar esse
recurso para a municipalidade e gostaria de investir em rede de água. Muito
obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Reginaldo Pujol está com a
palavra para encaminhar a votação do Requerimento, de autoria de vários
Vereadores.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente; Srs. Vereadores; Sras.
Vereadoras, acho que é oportuna a minha vinda à tribuna para esclarecer alguns
fatos. Primeiro, eu consultei várias pessoas que se encontravam conosco ontem,
quando da vinda do Prefeito, que ninguém se apercebeu desse compromisso do
Prefeito dito da tribuna aqui pelo meu amigo Líder do Partido dos
Trabalhadores. Nem poderia ser diferente. Agora, relativamente a este Projeto,
é bom que se diga o seguinte: ele Projeto está na Câmara desde o ano passado,
basta que se leia o seu número para ver que ele é de 2012. Durante todo esse
tempo, pelas mais diversas razões, ele não foi priorizado, e agora estaria em
condições de ser votado. Eu até fiz um aparte ao pronunciamento anterior do
Ver. Valter Nagelstein – diga-se de passagem, um belo pronunciamento –,
esclarecendo que eu estava concordando com esse novo adiamento, porque havia sido
surpreendido, no dia de hoje, com a informação de que na CUTHAB havia sido
estabelecida uma composição pela qual haveria uma troca de uma casa de
religião, hoje no leito do que será a futura Av. Tronco, para que pudesse, sem
nenhum problema maior, ser expandido a Av. Tronco e contemplado, por
compensação,
esse centro espiritual. Por isso estou vindo à tribuna, Ver. Valter, dizer que,
por paradoxal que pareça, eu concordo com V. Exa. e ao mesmo tempo concordo com
o elemento. Eu acho que o Município não pode ser um banco de terras, porque
tenho dito aqui desta tribuna que a Caixa Econômica Federal de Porto Alegre é o
maior banco de terras que se tem em Porto Alegre, dado o volume de áreas que o
Município transferiu para a Caixa em função do Programa Minha Casa, Minha Vida.
Então, eu acho que para esta finalidade – para o Minha Casa, Minha Vida –, nós
podemos ficar um largo tempo aguardando até que se exaure esse grande, quase
que interminável banco de terras que a Caixa Econômica Federal passa a reger
aqui no Município.
E, no final, Ver. Valter Nagelstein, a sua
colocação em defesa de investimentos no saneamento, na distribuição de água da
rede de esgoto é irretocável. Nós não temos como explicar por que não pegar os
recursos, vendendo essas áreas não aproveitáveis do Município, como essa que
tem 8 metros de frente, que isoladamente não permite nenhum projeto, o que
afasta qualquer suspeita de que se quisesse contemplar qualquer grupo
empresarial, porque só quem for o proprietário lindeiro poderá ter algum tipo
de interesse pela mesma... Mesmo assim, se houve um compromisso, e esse
compromisso teria sido subscrito pelo verdadeiro Líder do Governo, que é o Ver.
Airto Ferronato, na CUTHAB, com apoio de autoridades governamentais, eu
acompanho que palavra dada, palavra empenhada é palavra que tem que ser
cumprida. Se houve um comprometimento anterior, cumpra-se.
Por isso, apoio o Requerimento do Ver. Clàudio
Janta que pede adiamento por mais três Sessões, para que se confirme o que se
confirmando, Ver. Clàudio Janta. Eu já tenho informações extraoficiais – e V.
Exa. tem toda a razão – de que existe este comprometimento, só precisa ser
formalizado. E, se existe um compromisso, tem que ser um compromisso cumprido;
portanto, que se retire da votação esse projeto pelas razões aqui colocadas.
Muito obrigado, Sr. Presidente. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Engº Comassetto está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento, de autoria de vários Vereadores, pela
oposição.
O SR. ENGº
COMASSETTO: Sr.
Presidente, colegas Vereadores e Vereadoras, inicio aqui agradecendo aos
Partidos de oposição por esta fala aqui em defender a prorrogação, mas nós já
vamos mais adiante: a retirada de trâmite deste projeto desta Casa e, também,
para dar a oportunidade de que eu possa aqui me defender das falsas acusações
feitas pelo Ver. Valter Nagelstein à minha pessoa. Quando eu falo isso, quero
iniciar fazendo uma homenagem ao Ver. João Antonio Dib, que nos ouve, porque
foi ele, junto conosco, que no final do ano de 2012, enfrentou o debate aqui e
não deixou que se realizasse a falcatrua que o Valter estava preparando na
Restinga. E eu vou dizer a todos os telespectadores que nos ouvem qual era o
negócio que o Valter organizou.
Quando ele era Secretário da SMIC, ele vendeu um
terreninho lá no fundo do Parque Industrial para uma empresa. Aí ele, como
Secretário e como Governo, organizou um projeto e o mandou para esta Casa para
esse terreninho ser trocado por um outro terreno em frente à Av. João Antônio
da Silveira, que valia duzentas vezes mais – duzentas vezes mais! – e queria
que nós aceitássemos aqui essa falcatrua que estava sendo proposta!
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Vereador, atenha-se ao tema.
O SR. ENGº
COMASSETTO: Como
Vereador de oposição, eu mantenho todas as palavras que estou dizendo aqui ou
em qualquer plenário! Eu quero fazer uma homenagem ao Ver. João Antonio Dib,
porque ele não aceitou colocar aquela votação e a retirou de Pauta no último
dia da Legislatura passada: um terreno de um projeto que o Ver. Valter, como
Secretário, vendeu para uma empresa. E um projeto que ele mandou para esta Casa
para fazer uma permuta por um terreno que valia duzentas vezes mais! E encheu
três ônibus lá na Restinga, do núcleo Esperança, colocou aqui para que fosse
aprovado no grito! E nós sustentamos no osso do peito. Inclusive eu levei vaia
– e todos sabem do trabalho que tenho na Restinga – daquela comunidade. E o
Ver. João Antonio Dib, como Líder do Governo, retirou o projeto de Pauta! E o
Ver. Sebastião Melo, este ano, assumiu o compromisso e retirou o projeto aqui
desta Casa, porque é isso que estava em discussão.
Agora, vir aqui, querer colocar a palavra de um
Vereador que não tem problema em fazer o debate, aqui ou em qualquer lugar, Sr.
Presidente...
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Eu só tenho que adverti-lo, como está no
Regimento, alínea g: “g) advertir o
orador que se desviar da matéria em debate ou falar sem o devido respeito à
Câmara (...)”
O SR. ENGº
COMASSETTO: Nós
estamos falando, aqui, de venda de terrenos, o adiamento de um projeto que
vende um terreno. E nós evitamos, no final de 2012, uma falcatrua.
Neste caso, nós estamos tratando de outro tema,
que é a desterritorialização de Porto Alegre, com a venda de terrenos nobres,
sem destiná-los para a habitação de interesse social, sem destiná-los para as
comunidades pobres, não destiná-los para as comunidades negras, encaminhando
essas comunidades para a periferia da Cidade, para além-periferia. Esta é a
discussão aqui. E a divergência que nós temos da oposição com a fala do Ver.
Valter é esta. No momento em que propõe a venda de um terreno como este, e que
não quer assentar ali as comunidades pobres e negras, está propondo, em outras
palavras, a higienização da Cidade. Este é o debate que estamos fazendo aqui.
E, ontem, o Prefeito Municipal assumiu
publicamente, aqui, na frente do Presidente Dr. Thiago, quando nós levantamos
essa questão, que ele não encaminharia mais projetos que envolvam vendas, antes
de fazer este debate dentro do Governo.
Então, estamos numa Casa política, não temos que
ter medo de debater os temas e apontar as dificuldades que o Governo tem, ou
que qualquer um dos políticos eleitos ou não eleitos tentam processar em nome
da democracia. Esta Casa tem que debater abertamente, e o debate sobre o
terreno na Restinga, a comunidade empresarial de lá agradece a todos aqueles
que transferiram aquela votação, porque não havia acordo naquela montagem que
havia sido feita.
É isto que nós estamos debatendo, a não desterritorialização
de Porto Alegre. Retirada de Pauta já! E análise para a habitação de interesse
social para que a Cidade seja de todos! Nós queremos uma Porto Alegre que
inclua e não que exclua! Obrigado e um grande abraço.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Eu quero solicitar novamente, de público – eu
sei que tivemos o problema da invasão aqui –, que nós possamos agilizar o
conserto desse equipamento, pois está nos trazendo algumas dificuldades. Quero
referir que o que eu citava aqui – e o pessoal da Comunicação me socorre
dizendo que saiu na TV – era o Regimento: “Art. 19. São atribuições do Presidente, além das que estão
expressas neste Regimento ou decorram da natureza das suas funções e
prerrogativas: (...) g) advertir o orador que se desviar da matéria em debate
ou falar sem o devido respeito à Câmara ou a qualquer de seus membros (...)”.
Só para esclarecer esse processo. Também estou
sendo advertido de que está sendo mencionado, nas redes sociais, que, quando eu
falo do tempo, é alínea h, do mesmo
artigo: “h) informar ao orador sobre o tempo a que tem direito e quando este se
esgotar”. Então, nós estamos cumprindo, efetivamente, o Regimento.
Quero agradecer a grande audiência do Ver. João
Antonio Dib, que sempre escuta as nossas Sessões, com muita atenção.
A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento, de autoria de vários Vereadores.
A SRA. JUSSARA
CONY:
Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, aproveito também para
deixar um abraço aqui, em nome da nossa Bancada, ao Ver. João Antonio Dib,
sempre Vereador, cidadão desta Casa, e que, sem dúvida nenhuma, sempre deu uma
valiosa contribuição à cidade de Porto Alegre e bons exemplos a todos nós na
convivência política e pessoal com aquela sua maneira de ser.
Na origem, Sr. Presidente, a Bancada do PCdoB,
com a minha presença e a presença do Ver. João Derly, ia votar contra esse
projeto, mas há um pedido de adiamento e nós vamos votar a favor em face,
principalmente, da intervenção do Presidente da CUTHAB, Ver. Delegado Cleiton,
que nos traz aqui essa informação, para todo o plenário e para a sociedade, de
que há um compromisso, há uma articulação política sendo feita pela CUTHAB para
garantir esse espaço, esse local para quem nele está vivendo, e, mais do que
vivendo, exercendo a sua cultura, as suas tradições, a sua crença, a sua fé – e
isso tem que ser respeitado porque nós vivemos, inclusive, num Estado laico. Se
há essa articulação em andamento, liderada pela CUTHAB, eu entendo também que é
bom que ela se processe de uma forma muito positiva. E, aí, é chamar a atenção
do Executivo, da gestão municipal, porque a CUTHAB está fazendo muito bem a sua
parte, liderada pelo Ver. Cleiton, para que se processe no período desse
adiamento, com consequências importantes para o nosso Município.
Outro aspecto que eu quero deixar aqui já nesta
discussão, encaminhando favoravelmente ao adiamento, pois, sem dúvida, está inserido neste
momento, e também na discussão de projetos deste teor, o que acabamos de fazer
aqui nesta Casa, e depois de termos saído, no final de semana passado, com a
presença de Vereadores desta Casa – inclusive alguns são delegados da
Conferência Nacional –, foram tomadas decisões na Conferência das Cidades, onde
um dos grandes nós que temos é fazer a reforma urbana já, nesta Cidade, neste
Estado, neste País, para que possamos ter habitação de interesse social, para
que possamos fazer regularização fundiária e chegarmos na reforma urbana; para
garantirmos água, saneamento, equipamentos! Vereadores, temos que enfrentar os
grandes interesses da especulação imobiliária – estamos falando da cidade de
Porto Alegre, Ver. Pedro Ruas – de nossa Cidade. Ali é uma área que cresce, a
Copa está aí com suas obras, e vai valorizar, e muito, por isso é interessante
a especulação imobiliária comprar agora, e, depois, o setor público, a gestão
pública colocar equipamentos como água, esgoto, saneamento e tantos outros, e
aí o preço da terra irá a um ponto que nem políticas públicas poderão ser
realizadas, como habitação, como regularização, como saneamento, como água. Nós
discutimos isso muito aqui na Conferência das Cidades, e as decisões
importantes que a delegação do Rio Grande do Sul tomou serão levadas para
Brasília. Aqui o que está em jogo é exatamente isso: de um lado a especulação
da terra, e, de outro, a função social da terra. É neste sentido que vamos
votar a favor deste adiamento, contribuindo no que pudermos para que essa
articulação, liderada pelo Ver. Cleiton, ocorra.
Ouvi
o Ver. Valter Nagelstein colocar que vota a favor, Vereador do Governo, e é
importante que estejamos todos irmanados ali, via CUTHAB, para que isso ocorra.
É importante que possamos enfrentar esse debate, porque quem sai ganhando é o
povo de Projeto Alegre. Nós ainda temos horrores de regularizações fundiárias
para fazer nesta Cidade, então qualquer pedaço de terra tem que ser pensado sob
o ponto de vista da função social da terra, e não da especulação imobiliária,
porque isso sai muito caro, sai caro para o Município e mais caro ainda para a
sociedade, que é deslocada.
Finalizo,
dizendo que equipamentos públicos precisamos, mas nós precisamos fazer a
Reforma Urbana em seu todo, inclusive garantindo as transversalidades. E se há
uma que eu vejo nesta, é a transversalidade da cultura, da fé, da crença; a
transversalidade de muitos ensinamentos, inclusive das nossas ancestralidades.
Então, votamos em favor do adiamento, esperando que nós possamos tirar esse
projeto daqui e fazer essa articulação política que está sendo liderada pela
CUTHAB.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. ENGº COMASSETTO (Requerimento): Sr. Presidente, solicito verificação de
quórum.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Solicito a abertura do painel eletrônico
para verificação de quórum.) (Pausa.) Em função do tumulto que se estabeleceu,
este Presidente, de ofício, encerra a presente Sessão.
Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 16h37min.)
* * * * *